Projeto Compostuba fortalece a compostagem de resíduos orgânicos em Ubatuba
Em agosto deste ano, o Instituto da Árvore, entidade de Ubatuba dedicada à educação ambiental e produção de mudas nativas da Mata Atlântica, deu início ao projeto Compostuba (Educação Ambiental e Curso de Gerenciamento de Resíduos Sólidos com ênfase em Compostagem nas bacias do Rio Grande e Rio Indaiá/Capim Melado), realizado com financiamento do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO).
Como o nome sugere, o projeto é focado na compostagem de resíduos orgânicos, um processo natural que transforma restos de comida e de poda em adubo para plantas, com a ajuda de microrganismos e pequenos animais do solo como minhocas e gongolos.
O público do projeto é a população residente em bairros centrais de Ubatuba que estão inseridos nas bacias hidrográficas dos rios Grande e Indaiá/Capim Melado. O projeto também fará atividades envolvendo alunos de escolas da rede pública de ensino localizadas nessas bacias.
Entre as atividades previstas estão: oficinas de compostagem e de educomunicação, ações formativas em gerenciamento de resíduos sólidos, implantação de uma unidade demonstrativa de alguns sistemas de compostagem em pequena escala e uma campanha de entrega de resíduos orgânicos pela comunidade.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê e incentiva a compostagem como um sistema sustentável de gerenciamento de resíduos orgânicos. Conforme explicou o coordenador do projeto Compostuba e atual presidente do Instituto da Árvore, professor Elizamar Dias, “existem diferentes formas e escalas para se fazer a compostagem de resíduos orgânicos, desde aquela realizada no pé de uma árvore até grandes volumes, a exemplo da tecnologia de tambor rotativo que foi instalado para a compostagem de toneladas de resíduos gerados na COP 30 [Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima], que pode ser aplicado para reciclagem de orgânicos de municípios”.
O professor também explicou como a gestão correta dos resíduos sólidos contribui com a conservação das águas e do solo. “A disposição inadequada dos resíduos, incluindo os orgânicos, causa impactos socioambientais negativos, como a poluição atmosférica por liberação do gás metano proveniente de sua decomposição, inclusive ao longo do seu transporte em caminhões; a poluição das águas superficiais, lençóis freáticos e solos por chorume e toxinas; o assoreamento de rios e proliferação de algas pelo excesso de matéria orgânica; a proliferação de doenças por atração de vetores; a contaminação das águas de drenagem urbana e o entupimento de bueiros que contribuem para inundações; e podemos considerar a própria degradação da paisagem. Quando esses resíduos chegam às praias, também afetam a fauna marinha”, disse Elizamar.
Nesta fase inicial a equipe do projeto está organizando e adequando os espaços na sede do Instituto da Árvore, implementando os sistemas de compostagem e elaborando o calendário de oficinas com as escolas. As ações com a população serão realizadas a partir de 2026.
O projeto Compostuba foi um dos empreendimentos indicados pelo Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte (CBH-LN) em 2024 ao FEHIDRO, e terá duração de 2 anos. Para acompanhar as próximas atividades, siga as redes sociais do projeto (@compostuba.ia) e do Instituto da Árvore (@iaubatuba).





