Soluções Ecológicas Comunitárias para cuidar do saneamento
Por Ana Patrícia Arantes / Imagem: IPESA
Pensar soluções ecológicas para a gestão do saneamento é prioritário para o Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte. Unir sociedade civil e comunidade para criar iniciativas também.
Nessa linha coletiva, o Comitê e Ipesa (Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais) estão juntos em um projeto feito para a proteção de dois rios – Quiririm e Puruba, em Ubatuba.
“Manejo da Água: Mapeamento e Disseminação de Conhecimentos em Tecnologias Sociais de Saneamento na Bacia 03 Quiririm-Puruba” é um projeto que oferece um curso gratuito para as comunidades com modelos de diversos sistemas de tratamento de esgoto que atende essa importante demanda para o Litoral Norte. Além dos esgotos, o curso envolve o planejamento comunitário da água para abastecimento e uso de produtos de limpeza ecológicos, sempre trazendo técnicas e soluções eficientes e ambientalmente sustentáveis.
“Estamos empenhados em melhorar os dados de saneamento a partir de soluções conjuntas com as comunidades. Temos outros projetos acontecendo com o IPESA, como o projeto Manejo da Água na Bacia Rio Escuro/Comprido, também em Ubatuba. O Projeto do Instituto Supereco, também em parceria com o IPESA, Ecoagriculturas. E na bacia do rio Cambury em São Sebastião, com o FunBEA, a construção dos Projetos Executivos para o Saneamento Alternativo em cinco áreas da bacia do rio Camburi: Vila Débora, Lobo Guará, Vila Barreira, Vila do Piavú e Areião, que teve seu início neste mês de agosto. Todos, projetos financiados pelo Fehidro”, declara Mônica de Toledo e Silva Spegiorin, vice-presidente do CBH-LN.
Segundo dados do Relatório de Situação dos Recursos Hídricos do Litoral Norte, 62% das moradias têm acesso a água de forma alternativa (por captações locais) e a falta de coleta e de tratamento de esgotos é a principal causa de poluição hídrica no território, que possui extensas áreas de conservação da Mata Atlântica.
Lisa Yázigi, coordenadora do projeto pelo IPESA explica que é possível aplicar tecnologias sociais em grande escala no litoral norte para melhorar a situação do saneamento. “As tecnologias sociais permitem que o conhecimento e a prática se multipliquem entre as populações, pois oferecem técnicas e métodos de fácil aplicabilidade para o desenvolvimento social e ambiental, melhorando a qualidade de vida dos envolvidos”.
Modelos alternativos feito com a comunidade
A captação de água da chuva e armazenamento em cisternas é um exemplo de tecnologia utilizada no curso com as comunidades, e tem grande potencial na região devido à oferta relacionada ao regime de chuvas, podendo contribuir muito para a segurança e autonomia hídrica.
Outro exemplo também aplicado no curso é o biodigestor, sistema utilizado para tratamento de esgotos – fezes humanas e animais e que, dependendo da construção também permite o aproveitamento do biogás gerado.
As comunidades que participam são a Praia do Puruba, Sertão do Puruba e o Cambucá. Porém no curso também estão moradores além desses bairros como Ubatumirim, Prumirim, Itamambuca, Lázaro, Corcovado e Perequê Mirim, Horto, Jardim Carolina, Estufa e Perequê Açu.
Todas estas soluções podem ser aplicadas pelos moradores que receberam durante o projeto uma cartilha didática ilustrada com apresentação de exemplos e tecnologias sociais de saneamento.
Qualquer pessoa pode acessar a cartilha disponível no projeto de forma gratuita pelo link https://ipesa.org.br/programas-e-projetos/agua-e-floresta/manejo-da-agua/mapear-bacia-quiririm-puruba/
Sua comunidade quer participar do curso? Acesse o site do IPESA www.ipesa.or.br e mãos à obra!